A proposta de reforma tributária é um dos temas mais relevantes no cenário econômico brasileiro, desafiando as empresas a repensarem seus custos, investimentos e estratégias de expansão. Para Yan Cesar de Melo, a mudança vai além de ajustes pontuais e pode alterar profundamente a gestão corporativa.
Impacto dos custos operacionais na competitividade
Necessidade de caixa: O aumento ou a mudança na forma de incidência dos tributos pode pressionar a liquidez, forçando o uso de crédito de curto prazo ou antecipação de receitas, encarecendo as operações e exigindo um planejamento financeiro rigoroso.
Pressão sobre preços: Em setores com margens reduzidas, parte dos custos tributários tende a ser repassada ao consumidor, o que pode afetar a competitividade se o mercado não absorver o aumento.
Redução da margem de lucro: A elevação dos custos pode comprimir as margens, forçando a empresa a sacrificar lucros para preservar sua participação de mercado.
Adaptação da oferta: Para compensar o novo cenário, pode ser preciso reformular o portfólio, priorizando itens mais rentáveis e renegociando contratos.
Reestruturação logística: Alterações na tributação podem impactar rotas de distribuição e a localização de filiais, tornando a redução dos custos logísticos essencial.
Adiamento de investimentos: A incerteza fiscal pode levar ao adiamento de projetos de expansão e modernização afetando a capacidade de inovação e a competitividade.
Busca por novos modelos de negócio: O aumento dos encargos pode estimular a busca por alternativas, como plataformas digitais, franquias e parcerias, abrindo novas fontes de receita.
Melhorias operacionais e renegociação de contratos: Programas de eficiência, revisão de processos internos e atualização dos sistemas de gestão (ERP) tornam-se cruciais para lidar com a complexidade tributária e ajustar termos comerciais a uma nova realidade de custos.
Redução de intermediários e seleção de fornecedores: A eliminação de intermediários e a reavaliação do mix de fornecedores podem reduzir custos e otimizar a cadeia de suprimentos.
Mudanças estratégicas: O conjunto de ajustes provocados pela reforma pode levar a alterações estruturais na estratégia corporativa, redirecionando investimentos e revisando áreas de atuação.
Fusões, aquisições e a redefinição do valor empresarial
Expansão e múltiplas filiais: Se a tributação incidir principalmente onde a mercadoria é consumida, as vantagens de ter unidades em regiões com menor tributação tendem a diminuir, podendo levar à centralização das operações.
Custo operacional da estrutura de expansão: A manutenção de filiais em diversos estados envolve altos custos logísticos, administrativos e de adequação às legislações locais, que podem não mais compensar os benefícios fiscais.
Revisão de estratégias de aquisição: Em processos de fusões e aquisições, o valuation das empresas passará a considerar a eficiência de cada filial, com foco na redução de custos operacionais e na otimização logística, pois os incentivos regionais terão menor peso.
Estratégia fiscal e planejamento de longo prazo: uma abordagem inovadora
Reestruturação logística: A mudança na incidência dos tributos exige uma revisão das rotas de distribuição, dos centros de armazenamento e da localização de unidades produtivas. A centralização de estoques ou a criação de hubs regionais pode se tornar mais vantajosa.
Revisão de benefícios fiscais: Incentivos concedidos por determinados estados ou municípios podem ser revistos, forçando as empresas a reavaliar suas estratégias de produção e distribuição, inclusive com a possível migração para regiões mais próximas dos mercados consumidores.
Inovação e governança fiscal: Um planejamento tributário dinâmico, aliado à tecnologia e à capacitação interna, é fundamental para gerenciar riscos e identificar oportunidades de otimização. A automação de processos e o uso de business intelligence permitem decisões mais ágeis e seguras.
Construção de cenários e auditorias internas: Elaborar diferentes cenários e realizar auditorias frequentes ajudam a antecipar problemas e a ajustar estratégias eficazmente, minimizando o impacto das incertezas tributárias.
Conclusão
A reforma tributária, conforme analisada por Dr. Yan Cesar de Melo, impõe mudanças profundas que podem redefinir a competitividade das empresas. A reorganização das operações, a revisão de estratégias e a reavaliação dos benefícios fiscais exigem uma visão estratégica de longo prazo, aliada à execução ágil e inovadora. Transformar incertezas em oportunidades dependerá da adoção de novas tecnologias, da revisão dos processos logísticos e de um planejamento tributário robusto.
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